Diretor e coordenador devem ter em mãos algumas soluções para combater o absenteísmo e minimizar os problemas causados por ele
Fernando José de Almeida (gestao@atleitor.com.br)
"A equipe deve trabalhar para que todas as atividades propostas sejam tão significativas que ninguém queira se ausentar."
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Um dos fenômenos que mais atrapalham a rotina de uma escola é a falta de um funcionário - seja ele o porteiro, a merendeira ou o responsável pela limpeza. Quando isso ocorre, geralmente há um remanejamento de funções para cobrir o buraco (e certamente a confusão se instala). Mas e o professor? O que acontece quando ele se ausenta? Confusão? Certamente. Nesses casos, não é qualquer substituição que funciona. Que processo pode ser desencadeado para que a aprendizagem da garotada não seja comprometida?
Em geral, a primeira preocupação dos gestores é com a bagunça que os alunos podem fazer: eles se espalham pela escola, invadem a quadra de esporte e a biblioteca sem que haja planejamento para o uso desses espaços e falam alto nos corredores, atrapalhando as demais aulas. Porém isso não é o mais importante. O problema é o que fazer em relação ao conteúdo que está sendo trabalhado, às atividades planejadas, às lições de casa que aguardam correção, às apresentações de trabalhos agendadas e, enfim, ao envolvimento da turma com o ensino. O que o aluno perde do ponto de vista cognitivo? Diminuirão a empolgação para estudar e o sentimento de reconhecimento do esforço em fazer as tarefas?
Algumas redes estaduais e municipais estão tentando algumas soluções administrativas - e até pecuniárias - para o problema, oferecendo abono (ou bônus) para os que comprovadamente são mais assíduos. Outras, detectando que os principais motivos de falta são doenças recorrentes e funcionais (como rouquidão, alergias e depressão), providenciam atendimento com especialistas - na própria escola ou em unidades de saúde.
Contudo, os gestores escolares também podem fazer a sua parte. Há inúmeras formas de reduzir ao máximo essas faltas - e é isso que mostra a reportagem Cadê o Professor?, da edição número 6 da revista NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR de fevereiro/março. Além de trazer orientações sobre como o gestor deve conversar com o professor que falta além do aceitável, o texto trata da responsabilidade da direção e da coordenação pedagógica na diminuição do impacto das ausências absolutamente necessárias.
Nesses casos, montar um banco de atividades com as quais os estudantes possam trabalhar em pequenos grupos, sem tutoria do professor, é uma boa solução. Para isso, a equipe docente deve ter à disposição uma espécie de arquivo com um cardápio variado (por grau de dificuldade e por disciplina) que complemente ou reforce os diversos conteúdos. Os trabalhos podem também ser conduzidos por um professor substituto, seguindo o planejamento inicial feito pelo titular. Nos dois casos, é sempre bom que a produção da turma seja avaliada e comentada por esse último na aula seguinte, valorizando assim a atuação de quem o substituiu e demonstrando com isso que o que foi realizado não foi apenas um "tapa buraco", mas está de acordo com o planejamento e os objetivos de ensino.
Outra saída é elaborar um plano de substituição para ser colocado em prática quando a ausência for comunicada com antecedência: a troca de horários com um colega de outra disciplina ou o uso do horário pelo orientador educacional para atividades que estavam aguardando um momento oportuno. Importante: tudo o que for feito deve ter significado para os alunos. Caso contrário, é melhor deixá-los no pátio.
A busca da solução para as faltas dos professores deve ser um compromisso de toda a equipe. Coordenada pelos gestores, ela deve trabalhar para que todas as atividades propostas sejam tão significativas que ninguém queira se ausentar. Pelo simples motivo de que os profissionais que ali atuam vivem com prazer cada momento do trabalho educativo.
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