segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Crime desvendado !


A Polícia Civil desvendou, em menos de uma semana, o assassinato do adolescente Patrick Botelho da Silva, 16 anos, morto no último dia 21 no distrito de Mosqueiro, em Belém. Dois autores do crime já estão presos. Os acusados foram apresentados na manhã desta segunda-feira (27), em entrevista coletiva no auditório da Delegacia Geral de Polícia Civil, na capital. Francisco Moura Júnior, 23 anos, e Paulo José do Espírito Santo Costa, 18 anos, apelidado de “Gam”, tiveram as prisões preventivas decretadas pela Comarca Judiciária de Mosqueiro. O crime foi motivado pelos ciúmes que Júnior nutria da namorada, que era amiga da vítima. O assassinato foi premeditado por Júnior, que contou com a ajuda de Paulo José. Um terceiro envolvido no crime não teve o nome divulgado para não prejudicar as investigações, porém já está com mandado de prisão decretado.

Os acusados foram apresentados pelo delegado geral de Polícia Civil, Nilton Atayde; delegado geral adjunto, Rilmar Firmino; diretor de Polícia Especializada, delegado João Bosco Júnior; diretor de Polícia Metropolitana, Roberto Teixeira, e pelos delegados Nilton Neves, da Seccional de Mosqueiro, e Cláudia Renata Guedes e Gilvandro Furtado, da Divisão de Homicídios.

Nilton Atayde falou sobre o trabalho de investigação realizado pelas equipes policiais da Divisão de Homicídios e da Seccional Urbana de Mosqueiro, iniciado logo após a constatação do crime. "Foi um trabalho bem desenvolvido pela equipe policial”, frisou. Ele explicou que a apuração ainda não está concluída. “Surgiram inicialmente três nomes nas investigações”, adiantou.

Em decorrência das investigações, o fato de a vítima ser adolescente e ainda devido ao inquérito estar sob segredo de Justiça, Nilton Atayde frisou que alguns detalhes das investigações ainda não poderiam ser divulgados. Segundo ele, não é possível afirmar que Patrick sofreu violência sexual. “Somente com o laudo pericial é que teremos essa informação”, explicou. Sobre as circunstâncias do crime, o delegado Nilton Neves disse que, no decorrer das investigações, os elementos de provas coletadas levaram a equipe policial a ter certeza de que a motivação foi o ciúme doentio que Júnior tinha de Patrick.

Crime premeditado - O delegado apurou que Paulo José e Júnior são traficantes de drogas no distrito de Mosqueiro. Ainda em janeiro deste ano, Paulo José contraiu uma dívida de R$ 2 mil com a venda de drogas e não repassou o valor para Júnior. Para perdoar a dívida, informou o delegado, Júnior convenceu Paulo a participar do assassinato do adolescente. Paulo José, que era conhecido da vítima, deveria atrair Patrick até um barraca situada na Praia Grande de Mosqueiro, onde Júnior os aguardaria para matar o rapaz.

Conforme as investigações, Patrick e a namorada de Júnior, cujo nome será mantido em sigilo por se tratar de testemunha, eram muito amigos e frequentavam a paróquia da comunidade. No dia do crime, Paulo foi até a casa de Patrick e o convenceu a acompanhá-lo até o local do crime. Os dois caminharam da casa da vítima até a barraca. Em frente ao local estava o carro de Júnior, um gol escuro. “Foi aí que a vítima viu o carro e ainda chegou a perguntar para Paulo José que carro era aquele”, informou o delegado. O policial disse que a vítima viu as três letras iniciais da placa, o modelo e a cor aproximada do veículo.

Essas informações foram reveladas por Patrick ao tio, antes de morrer no hospital. “Essas informações foram fundamentais para que o crime fosse desvendado”, ratificou o delegado de Mosqueiro. Após Paulo José entrar com a vítima na barraca, Júnior já estava no local. Em seguida, o adolescente teve as roupas rasgadas, foi esfaqueado, amordaçado e teve mãos e pés amarrados com as próprias roupas. Paulo José disse em depoimento que Júnior é o autor dos golpes de faca no corpo da vítima. Mas Júnior negou o crime.

O delegado Nilton Neves afirmou que a informação veiculada por jornais de que a vítima teria sido atropelada pelo carro, pois teria marcas de pneu no tórax, não procede. Sobre a terceira pessoa envolvida no crime, o delegado disse apenas que estava no local, mas não teceu detalhes sobre a participação dela no homicídio, para não prejudicar as investigações. “Ela está identificada e com a prisão preventiva decretada pela Justiça”, reiterou.

Os delegados informaram ainda que os acusados decidiram fugir do local do crime quando viram as luzes do giroflex (luminoso) de um carro de vigilância privada que trafegava perto da praia. “Eles pensaram que era a polícia. Assim, resolveram abandonar a vítima”, explicou o delegado João Bosco Rodrigues, diretor de Polícia Especializada. Júnior foi preso na manhã deste domingo (26), quando dormia na casa da namorada, no bairro Maracajá, em Mosqueiro. Já Paulo José estava preso desde a noite de quinta-feira da semana passada (23), quando foi detido também em Mosqueiro, no mesmo bairro. Paulo José já tem passagem pela polícia por roubo. Júnior, segundo relatos que fazem parte do inquérito, tem um temperamento violento e costuma agredir fisicamente as namoradas. Os acusados permanecerão presos, à disposição da Justiça.


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